Não faça Curso de Liderança
ABRAHAM SHAPIROA liderança virou uma indústria. E essa indústria busca histórias inspiradoras. O problema é que toda inspiração tem efeito limitado.
O ambiente da empresa e a cultura em que as pessoas atuam são fatores muito mais consistentes para moldar comportamentos do que pensamentos e desejos de agradar ou de fazer coisas bonitas.
Observe quantos são os cursos de formação de líderes: desde os mais simples – itinerantes como circos, de cidade em cidade, tomando o dinheiro de gente inocente – até os que estão a décadas nas grandes universidades mundiais.
Para começar, o modo mais comum e usual como estes programas de liderança são avaliados é através de um ‘questionário de pesquisa de satisfação’ aplicado aos participantes.
Isso acaba forçando a produção de aulas ‘agradáveis e fofas’ que não expõem as realidades muitas vezes duras e desconfortáveis da vida empresarial.
A solução, portanto, é investir menos na formação de líderes com habilidades especiais e mais em gestão que altere os sistemas de funcionamento das empresas – algo que o movimento da qualidade já propunha cinquenta anos atrás.
A ideia é criar um ambiente em que pessoas comuns, com uma boa dose de esforço, consigam produzir resultados sem que seja preciso chamar um super-herói.
O subproduto desta estratégia seria, sem sombra de dúvida, funcionários autônomos, responsáveis e maduros.
O que poderia ser melhor?