DEIXE A AMIZADE DE LADO AO FAZER NEGÓCIOS
ABRAHAM SHAPIRO para o Portal Profissão Atitude
Antonio devia para João R$ 300 mil quando faliu. “Quebrou no talo” – como falam por aí. João não tinha mais esperanças de receber.
Certa noite, quase à uma hora da manhã, Antonio liga para João dizendo estar interessado em acertar sua dívida.
João o recebe em casa àquela mesma hora. A conversa se estende por mais de trinta minutos e Antonio propõe um acerto do débito por 50% do total.
João pensa: - “Entre perder tudo e receber apenas a metade.... está excelente.”
Mas Antonio prossegue o debate. Chora mais um pouco, explica sua penúria e os dois acabam fechando tudo por 60 mil, que seriam pagos às 11 hs do dia seguinte.
Chega a hora. João vai ao escritório de Antonio, ávido por receber os 20% da dívida original. Está conformado, já que o montante já estava no prejuízo!
Antonio aparece e diz:
- Você vai me desculpar, João, mas estou sem condições de lhe pagar o que acordamos.
- “Como assim?” – responde o credor, indignado. “Você aparece em casa à uma da manhã, falamos por longo tempo, negociamos, fazemos um acordo e agora você diz que não irá pagar? Por que fez tudo isso, então?”
E Antonio conclui:
- “Sabe o que é? Eu não consiguia dormir enquanto devia 300 mil reais a um amigo. Mas já com uma dívida de R$ 60 mil foi mais fácil pegar no sono.”
A lição? Amigos, amigos; negócios à parte!
Ao fazer qualquer negócio, ancore-o sobre uma base segura. Tenha critérios para conceder crédito. Se não os tiver, você acabará vítima de todas as circunstâncias e exceções.... e não terá a quem reclamar.