EINSTEIN OU INCOERÊNCIA A TODA PROVA
Abraham Shapiro
Era uma vez, um pequeno empresário que se achava grande e talvez por isso gostasse de reunir seus colaboradores numa sala de aulas ao lado de seu escritório para dar longas lições de comportamento.
A empresa tinha altos índices de rotatividade e de insatisfação dos funcionários. E não só. Todos enxergavam nitidamente as incoerências e a presunção do patrão em querer ensinar o que ele mesmo não praticava. Somava-se a isso o fato de os demitidos se tornarem inimigos e invariavelmente o denunciarem à justiça do trabalho.
Ele não se conformava. Era soberbo e julgava a todos como injustos, afinal, ele mantinha a autoimagem convicta de chefe dedicado, que proporcionava a todos a educação a que nunca teriam acesso senão por ele.
Um dia, um amigo muito próximo foi-lhe sincero e disse:
- “De onde você acha que pode dar lições de moral aos seus funcionários? Todos sabem que você é um explorador e suga o que pode deles. Você acha que alguém lhe dará crédito? Seja primeiro um exemplo, e depois todos lhe ouvirão!”.
Ele ficou uns dias amuado, mas depois resolveu tomar uma atitude. Não, ele não reviu seus conceitos. Ele se desfez da sala de aula.
Não é pateticamente engraçado esse caso. Mas é real! Eu mesmo vi tudo isso!
Albert Einstein disse certa vez uma belíssima frase: “Dar exemplo não é o principal meio de influenciar pessoas. É o único”.
O físico Judeu estava certo. Porém, é difícil demais ser exemplo. Numa empresa, então, o mais fácil e simples é o tal do “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”.