MOTIVO E SENTIDO DA VIDA
ABRAHAM SHAPIRO para o Blog Profissão Atitude
Em 1967, paraquedistas israelenses capturaram a Cidade Velha de Jerusalém e abriram caminho até o Muro das Lamentações. Este lugar é o ponto focal da fé judaica. É a muralha cujas pedras compuseram o local mais sagrado de seu povo, o Templo de Salomão.
Muitos dos soldados religiosos daquele pelotão, tomados de emoção poderosa, encostaram-se no Muro e começaram a rezar e a chorar. Um pouco afastado deles havia um soldado não religioso que também chorava. Seus colegas acharam estranho que um não observante das leis estivesse aparentemente na mesma sintonia dos religiosos, e lhe perguntaram:
- “Por que você está chorando?”
E o soldado respondeu:
- “Eu choro por não saber por quê eu devia chorar!”
Uma das situações com que mais me deparo na orientação e aconselhamento de executivos é a dissonância entre vida e trabalho. Mesmo com evidente sucesso profissional e financeiro, alguns olham pela janela de seus jatos particulares e se perguntam: “Para que serve tudo isso?”. Outros, após horas em reunião, dizem: "O que estou fazendo aqui? Onde foi parar a esperança que eu sentia antes?"
O que eu lhes mostro é que, sem significado ou propósito que traga grandeza a seu destino, os problemas que enfrentam ao deparar-se consigo mesmos e com as questões existenciais serão sempre maiores e mais difíceis do que traçar uma estratégia para seus negócios. E não por acaso, quando encontram esta razão, tornam-se mais eficientes como executivos e como seres humanos também.
Aquela cena do paraquedista em Jerusalém é uma realidade intrigante e simbólica. Sem razão e sentido de viver, o homem chora pelo simples fato de não saber sequer se a vida tem ou não motivos porque chorar.