O poder destruidor das Fake News
ABRAHAM SHAPIRO
Dois pesquisadores americanos reuniram pessoas em um cinema e exibiram uma sequência de filmes que continham fatos mentirosos. Um deles mostrava o coelho Pernalonga posando em fotos com turistas na Disneylândia.
Acontece que o Pernalonga foi criado pela Warner Brothers. Isso significa que, por ser um estúdio concorrente, jamais seria visto na Disney.
Algum tempo depois, o volume de pessoas que achavam ser verdadeiros os filmes era próximo de 50%.
Só por aí você pode imaginar o tamanho do estrago que as fake News estão fazendo no Brasil e no mundo.
A questão é: que poder é este?
O ser humano tem facilidade de criar memórias falsas. Os idosos falam do passado como um tempo em que tudo era perfeito. Eles apagaram da memória todas as lembranças ruins... e mantiveram o que mais gostavam e lhes fazia bem.
Os políticos falam sobre coisas que fizeram de bom no passado mesmo que seja mentira porque sabem que a nossa memória funciona mal. Além disso, a grande massa não questiona e nem checa as informações apresentadas. Se a embalagem for bonita, qualquer coisa passa!
E tende a piorar. Diariamente há um exército de pessoas fazendo Lives nas mídias sociais, apresentando suas soluções mágicas – quando não milagres – para todos os problemas e as pessoas assistem sem nenhum questionamento. O grande público apenas adere.
Quem questiona os atalhos, não cai em armadilhas.
Um erro questionado no presente, diminui os riscos do futuro.
O sucesso nunca dependeu tanto de fazer perguntas como agora.