O MANIPULADOR ESPERTO E O MANIPULADO TOLO
Abraham Shapiro
O manipulador é um indivíduo perigoso em qualquer estrutura – seja na família, entre amigos ou mesmo na empresa.
Ele reúne algumas características fáceis de identificar. A primeira e maior delas é o prazer que ele sente em ser o centro das atenções. Adora ser aplaudido, deseja o primeiro lugar em tudo e aproxima-se de pessoas de personalidade fraca ou carentes de apoio.
Todo manipulador atua com objetivo de manter sua imagem em conformidade a suas metas pessoais. Ele se preocupa em parecer-se bom, justo e imparcial em seus julgamentos, mas o resultado de seus planos é pautado sempre pela contradição destes princípios, isto é, por meio de maldades, injustiças e parcialidade em favor dos que “comem em sua mão”.
Conheço um gerente que, vira e mexe, corre à sala de seu diretor para contar-lhe fatos. Não meras atualizações ou fofocas – o que poderia ser depreciativo. O que ele leva são as versões pessoais de ocorrências cuja verdade o colocaria sob risco se viesse à tona. Esta conduta, aliás, é o mais autêntico exemplo de como age o manipulador: sempre disfarçado por boas intenções.
O mais grave dos efeitos, no entanto, se dá quando o diretor deixa-se levar por esta manobra. Se sim, mais do que manipulado, ele mostra-se despreparado e fraco. Chamá-lo de fantoche seria uma qualificação branda. Talvez a mais realista fosse: idiota.