CLAREZA TOTAL FAZ BEM
Abraham Shapiro
O Rodolfo deixou um emprego importante para aceitar o convite de outra empresa. Na proposta de admissão, o diretor lhe concedeu carta branca para atuar sobre a equipe que ele gerenciaria.
Na primeira demissão que o Rodolfo precisou fazer, o novo diretor o interceptou solicitando que fosse consultado antes de qualquer decisão de corte no pessoal.
Ele me encaminhou um email indignado questionando o que devia fazer.
Eu perguntei se durante a negociação ele havia pedido ao diretor que definisse o que é “carta branca”.
- “É claro que não! – ele respondeu. “Todo mundo sabe o que é.”
E eu repliquei:
- “Todo mundo? Parece que o seu diretor sabe diferente de você!”
Aí está um caso típico gerador de conflitos.
Muita gente fala coisas que nascem do senso comum e parte do princípio de que todos as interpretam do mesmo modo que elas. Mas não é assim.
Daí ser prudente solicitar esclarecimento – sempre – sobre o significado dessas palavras para que se obtenha clareza total.
Cuidado com conceitos relativos ou subjetivos, como: “carta-branca”, “autonomia”, “confiança total”, “cobertura de todas despesas”, “a casa é sua” e muitas... muitas outras são apenas exemplos esparsos de expressões que frequentemente criam problemas terríveis entre a intenção de quem falou e interpretação de quem ouviu.
A regra é: jamais acredite que você entendeu 100% do que os outros disseram. Você não sabe o que eles pensam. Por isso, peça explicação. Converse bem. Seja analítico antes de sair fazendo. Você vai ganhar muito.