Calendário e oportunidades

ABRAHAM SHAPIRO para o Blog Profissão Atitude

O ano está só começando. E eu ainda vejo multiplicarem-se aquelas mensagens motivacionais sobre as 365 novas oportunidades que despontam.

Beleza! Isto é lindo. E verdade.

O que me incomoda é o fato de que há um mês as mesmas oportunidades de hoje existiam igualmente a hoje. A diferença é que o calendário ainda não havia mudado e ninguém tinha brindado com champanhe por votos de boa sorte, feito planos de ficar rico ou de perder peso.

Todas as oportunidades do final de dezembro passado dependiam de que nós as colhêssemos – como frutas maduras numa árvore – e fizéssemos algo valioso e útil com elas.

A vida não depende do calendário do papa, nem dos astecas, maias ou chineses. Ela depende, sim, da nossa fé em Deus e da disposição para enfrentar os desafios de cada hora com capacidade crescente, foco e muita coragem.

Nada é fácil. Por isso é tolice achar que a mudança de calendário trará seja lá o que for.

Um ano novo não traz nada pronto para ninguém. O milagre de qualquer semente se revela após plantá-la,  cultivar e conduzir  o processo até que frutifique.  E ainda teremos de decidir se colheremos ou não.

O 1º. de Janeiro, 20 de Junho, a sexta-feira 13 e quaisquer outros dias são conjuntos de vinte e quatro horas nas quais as oportunidades  são igualmente oferecidas  para todos os habitantes do planeta Terra – mesmo que você e eu discordemos desta ideia. Lembre-se disso, e quem sabe, a mensagem dos cartões ao final deste ano seja mais lógica e menos sentimental do que lamentavelmente tantas que se repetem há décadas, e cujo destino não é outro senão a lata do lixo, sem nenhum efeito.