A tendência de confirmar as nossas crenças
ABRAHAM SHAPIROAcabo de ler um livro com que aprendi algo fantástico.
O megainvestidor Warren Bufett costuma dizer: “O que as pessoas mais sabem fazer é filtrar novas informações de tal forma que suas concepções permaneçam intactas.”
Entenda por este exemplo. O Rodrigo quer emagrecer. Ele aposta na dieta da ‘lua cheia’ – por favor, não busque esta dieta no Google porque é uma invenção minha. Toda manhã, ele sobe na balança. Se perdeu peso em relação ao dia anterior, ele dá um sorriso e pensa que isto se deve ao sucesso da dieta. Se ganhou peso, então ele conclui que se trata apenas de uma variação normal, e esquece. Os meses passam, e o Rodrigo vive a fantasia de que a dieta da lua cheia funciona, embora seu peso permaneça mais ou menos constante.
O Rodrigo está vivendo uma ilusão. Sim. Parece inofensiva, mas é uma ilusão. E você merece saber que de inofensiva não tem nada. Pelo contrário. Esta ilusão é a raiz de todos os seus e os meus erros de pensamento.
Trata-se da famigerada tendência de interpretar novas informações de modo que sejam compatíveis com as nossas teorias, visões de mundo e convicções.
Como ela funciona? Nós filtramos qualquer informação nova que esteja em contradição com as nossas crenças e só deixamos passar aquilo que nos fará sentir confortáveis. Se assim não fosse, nós nos veríamos obrigados a fazer mudanças internas... e mudanças exigem esforço e causam dor. Logo, nós nos acomodamos no nosso modo próprio e medíocre de pensar. No entanto, os fatos não deixam de existir só porque os ignoramos – ainda que seja em cumprimento a uma tendência natural.
Aliás, estou certo de que Warren Bufett seja tão bem-sucedido justamente porque tem consciência deste problema e força-se a pensar sempre de outro modo.