A agenda telefônica do Steven Spielberg
ABRAHAM SHAPIRO
A vinte anos atrás, eu costumava perguntar: "Se você roubasse a agenda de telefones de Steven Spielberg, isso ajudaria você a fazer um filme?"
A questão era que, mesmo com todos os números de telefone e os nomes, ligar não ajudaria muito. Aqueles dados preciosos não teriam valor nenhum sem a confiança e a conexão que só o Spielberg tinha com cada pessoa.
Pois bem. Vinte anos depois, todas as agendas telefônicas foram roubadas. Nós temos, agora, os dados de todo mundo a hora que quisermos. É possível identificar as pessoas certas para qualquer ação ou negócio e enviar, por exemplo, um spam de divulgação a elas. Não só é fácil como barato.
Mas sabe o que? O problema continua a ser o mesmíssimo de antes: conexão e confiança. Sem estes dois atributos, ter acesso aos dados é totalmente inútil.
Conexão só se conquista com um conhecimento mínimo estre as partes envolvidas.
E quanto à confiança? Bem... isto é delicado.
A confiança depende de três fatores básicos.
O primeiro é a autenticidade: ser você mesmo – sem adicionar ou subtrair nada ao que é o seu verdadeiro eu.
O segundo é a consistência nas informações e dados que você presta, ou... que sejam reais e objetivos.
O terceiro e último ponto é a empatia, isto é, não fixar-se apenas no seu interesse pessoal, mas fazer também pelo outro.
Se você quer atingir um público com quem fazer negócios, ter contatos é quase nada. Você continua precisando daquilo que sempre todos necessitaram... relacionamento. Isto sim é que vale.