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OS DADOS MAIS RECENTES E CONCLUSIVOS SOBRE A SITUAÇÃO BRASILEIRA
OS DADOS MAIS RECENTES E CONCLUSIVOS SOBRE A SITUAÇÃO BRASILEIRA

ABRAHAM SHAPIRO para o Blog Profissão Atitude

Números impressionantes foram apresentados no Brazil Forum London, que aconteceu durante a semana de 8 a 12 de maio de 2017 na Grã Bretanha. Segue aqui uma resenha dos dados lá apresentados: 

- O Brasil, sozinho, é responsável por 98% dos processos trabalhistas em todo o planeta – o país tem 3% da população mundial.

- O Citibank desistiu de operar no Brasil quando detectou que obtinha no país 1% de suas receitas, mas sofria 93% das ações trabalhistas.

- 4% do PIB brasileiro é gasto com o custo do funcionalismo público. 

- A soma dos sistemas público e privado custa o correspondente a 54% do Orçamento brasileiro, mais do que o dobro do que é gasto com educação, saúde e benefícios sociais.

- A Previdência brasileira é responsável por uma perversa transferência de renda. Os 32 milhões de aposentados da iniciativa privada custam o mesmo que 1 milhão de aposentados do poder público. Ao dividir dessa forma desigual, meio a meio, toda a arrecadação da Previdência, o resultado é que a maioria pobre dá dinheiro à minoria mais endinheirada. Um pobre manifestar-se contra a reforma da Previdência é digno de pena. Ele está sendo enganado.

- Os gastos com educação subiram de 3,5% do PIB em 2000 para 5,5% em 2015, sendo que o acréscimo foi concentrado em gastos com educação básica.  Apesar desse crescimento, no entanto, o desempenho do país na avaliação mundial, o Pisa, caiu.

- O desmatamento da Amazônia cresceu 60% em dois anos —subiu para 8 mil hectares por ano, quase metade da meta prevista para 2020.

- 60% de toda a água consumida no país  é usada para a produção de commodities agropecuárias.

- O desemprego afeta mais de 14 milhões de brasileiros, como o maior problema do país. Mas  a legislação trabalhista brasileira é arcaica e reduz a capacidade das empresas darem emprego. Por exemplo:  uma equipe de bordo da TAM só pode fazer o voo São Paulo-Londres-São Paulo três vezes por mês, enquanto a British Airways permite quatro viagens por mês a seus funcionários. A lei trabalhista brasileira reduz a produtividade dos trabalhador da TAM em 33% —mesmo que ele quisesse ganhar mais para fazer a viagem, não poderia. A TAM não pode voar de São Paulo para Doha, no Oriente Médio, pois o voo é mais longo do que a jornada permitida a funcionários brasileiros pela lei trabalhista que rege a aviação. As regras foram criadas quando não existiam aviões capazes de voar até Doha. O resultado: diariamente, uma companhia árabe faz esse voo, sem concorrente brasileiro.

- A política tributária brasileira é cara e confusa. O Brasil é o pais com o mais caro combustível de aviação onde a companhia atua. É mais barato encher o tanque em Miami do que no Brasil, onde o litro custa três vezes mais do que nos EUA. O maior imposto sobre o insumo é o ICMS, estadual. São Paulo cobra 25% e o Rio cobra 12%. Por isso, a TAM  procura encher o tanque no Rio, o que faz com que voe com mais peso a partir daquele Estado e isso faz o avião poluir mais. O Brasil é o único país do universo que provoca poluição com tributos sobre a aviação. 

- As despesas dos governos cresceram 6% ao ano ao longo dos últimos 25 anos, enquanto a economia patinou ou cresceu pouco na maior parte desse período.

- A produtividade do trabalho  nos últimos 20 anos cresceu à razão de 0,68% por ano. Enquanto isso, nossos concorrentes cresciam reduzindo preço e aumentando a competitividade de seus produtos (as empresas por isso vão embora do Brasil).

- De todas as riquezas produzidas no país, o PIB —de R$ 6,3 trilhões em 2016—, um terço (33%) é apropriado como custo do Estado. E embora os cidadãos recebam mais atendimento de municípios e de Estados, é a União que fica com a parte do Leão —65%, ou R$ 1,3 trilhão; Estados arrecadam R$ 500 milhões e municípios, R$ 200 milhões. Ou seja: a economia brasileira trabalha um terço do tempo para gerar receitas para o Estado gastar com sua máquina, e o dinheiro fica em Brasília, longe da cidadania. O mais grave sobre isso, no entanto, nem é trabalhar tanto para o governo, mas atender a difícil e confusa carga tributária: as empresas gastam 2.300 mil horas por ano com a burocracia tributária.