PODER PARALELO
Abraham Shapiro
Toda empresa tem um organograma que serve para mostrar como estão dispostas as unidades funcionais, a hierarquia e a relação de comunicação entre elas.
Se a estrutura for carente de pessoas capacitadas e qualificadas para planejar, organizar, implantar ideias, projetos e controlar o que é preciso para que alcancem o objetivo desejado, a empresa viverá cenários de desorientação. Tudo será difícil aí.
Como consequência, os funcionários se sentem invadidos quando cobrados. Eles tenderão a se agrupar com o fim de conseguir apoio uns dos outros porque falta-lhes suporte profissional da parte de seus gestores.
Isto favorece o inevitável desenvolvimento de um poder paralelo que, na prática, funciona como se existisse outro organograma no qual os poderes são reais, e não imaginários como os que figuram naquele que a chefia criou e pensa ser “oficial”.
Muitas empresas investem em treinamento dos funcionários e se preocupam em melhorar o conhecimento técnico-prático deles. Mas ao mesmo tempo, muitas desprezam dois pontos:
1º. seus gerentes, supervisores e outros chefes não têm um método de gerenciamento que se adéque a seus processos, e
2º. não há monitoramento das pessoas que ocupam estes cargos quanto à gestão das pessoas que elas administram.
Estas empresas estão longe de possuir métricas de produtividade, de desempenho, de aderência e realização dos processos, etc.
O que importa esclarecer aqui é que, sem um método objetivo de avaliação da situação real da empresa momento a momento, será natural o surgimento de um poder paralelo que impedirá a realização de metas e, em muitos casos, a própria sobrevivência da organização. É como diz a sabedoria: “um reino dividido tende fatalmente à ruína”.